Eu sirvo ao Senhor como deveria?
- Cristiane Ribeiro
- 27 de ago.
- 2 min de leitura
Você se pergunta se serve a Deus?
Você se pergunta se serve a Deus como deveria?
Eu me pergunto com frequência. Tenho a sensação de que nunca é suficiente, nunca é bom o bastante — e isso em todos os aspectos da minha vida. Mas, quando penso no serviço ao Senhor, essa inquietação é ainda mais intensa.
Por alguns anos servi como catequista de adolescentes em minha Paróquia. Ministrava os encontros grávida e até mesmo com Helena bebê de poucos meses nos braços, que circulava de colo em colo entre os catequizandos e outras colegas catequistas. Eram turmas desafiadoras, que chegavam cheias de questionamentos inspirados em filmes e séries da Netflix, quase sempre sem nenhum fundamento teológico. Mas eram, acima de tudo, turmas maravilhosas: jovens inteligentes, curiosos, corajosos e sedentos pela Verdade.
No último domingo, uma mãe me encontrou na Igreja e, cheia de alegria, mostrou o filho:
— “Olha, Tia Cris: ele está vindo à missa!”
Eu o abracei, dei minha bênção e me emocionei.
Deixei a catequese porque não consegui conciliar o serviço doméstico, a atenção às crianças e as demandas da casa, especialmente nos períodos de doença. Mas sinto muita falta: das turmas, dos jovens e também das amigas catequistas que o Senhor me presenteou.
Na saída da Missa, no entanto, um pensamento me feriu: eu deixei de servir ao Senhor.
Dentro de casa, ao invés de conseguir me dedicar mais, parece que ainda tropeço, que meu serviço à família é falho e insuficiente. Preciso dar mais atenção ao meu marido. Preciso ter mais paciência com o temperamento de uma das minhas filhas — tão parecida comigo e com minha irmã na infância, o que às vezes me assusta. E concluo que nem dentro de casa eu sirvo ao Senhor como deveria.
Também não sirvo à minha comunidade como deveria. Olho para minhas amigas e elas, mesmo com filhos, casa, trabalho e tantas responsabilidades, ainda servem em pastorais, participam de eventos paroquiais, rezam o Rosário da madrugada sem falhar. E eu?
Foi então que recebi uma mensagem que me confortou. Uma mãe que acompanha nosso grupo de meditações compartilhou brevemente sua experiência com Maria na última semana. Ela é recém-convertida à fé católica e, até pouco tempo, tinha dificuldade de se aproximar de Nossa Senhora. Mas, na última semana, quando as leituras e as meditações de Santo Afonso de Ligório nos conduziam à Virgem, ela escreveu dizendo o quanto havia sido tocada, e agradeceu por contribuir pelo fortalecimento de sua vida espiritual.
Suas palavras foram um acalento e um estímulo para mim. Talvez — apenas talvez — eu esteja, sim, conseguindo servir ao Senhor: melhorando meu serviço à minha família e compartilhando a Palavra à outras famílias.
Não como deveria. Nunca como deveria. Mas como posso, no momento.
Minha oração é que Deus me dê perseverança e, sobretudo, me mostre até onde consigo ir; o que mais posso fazer para ser digna de estar em Sua presença.




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