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Autodefesa e consciência

Uma amiga, observando as brincadeiras das crianças em uma festa de aniversário, me contou como uma de minhas filhas reagiu a um menino — um pouco mais velho — que não atendeu ao seu pedido de diminuir o ritmo do gira-gira, em defesa das crianças menores.


“Cris, ela só olhou para o menino, mais nada.”E manteve o olhar firme até que ele, aos poucos, fosse reduzindo a velocidade do brinquedo, exatamente como ela havia pedido.


“Isso é jiu-jitsu”, comentou minha amiga. A consciência e segurança que só a autodefesa dá às mulheres — além, claro, dos traços marcantes de sua personalidade, que tudo indica ser a de uma verdadeira alpha child.


Falar sobre autodefesa é falar sobre consciência e presença, não é apenas aprender a reagir diante de um perigo. É, antes de tudo, conhecer o próprio corpo, reconhecer limites e confiar na própria força.


Desde pequenas, muitas meninas são ensinadas a serem gentis, a não levantar a voz, a ceder espaço.

Mas raramente são ensinadas a dizer “não” com firmeza, a sair de uma situação desconfortável, a se defender quando algo parece errado.E é justamente aí que a autodefesa se transforma em um ato de amor-próprio — uma maneira silenciosa, mas poderosa, de afirmar:


“Meu corpo me pertence, minha segurança importa.”


Aprender e praticar a autodefesa não é viver com medo, mas com consciência, sabendo que você tem recursos internos e externos para reagir, se precisar.Mais do que técnicas físicas, a autodefesa ensina sobre respeito, empatia e limites — e esses aprendizados se estendem a todas as áreas da vida.


Nos últimos dias me perguntei: será que, se eu tivesse sido exposta à importância da autodefesa desde jovem, eu teria me sentido mais segura ao lidar com situações de assédio?


É uma reflexão que tive, agora pensando nos meus filhos — e que convido você a fazer também.Como podemos preparar nossos filhos, psicológica e fisicamente, para o mundo em que vivemos?


Talvez o maior gesto de cuidado que possamos ensinar às nossas filhas — e reaprender para nós mesmas — seja este: defender-se é uma forma de se amar.

 
 
 

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